Não tem jeito: por mais que você siga as prescrições médicas e trate a doença, a fibromialgia tem altos e baixos. A dor intensa e diária interfere no sono, no trabalho, na vida social, nos autocuidados e na vida sexual, gerando irritabilidade, fadiga constante, tristeza ou, até mesmo, depressão.
Ouça este conteúdo:
Nesses momentos, é comum buscar por supostas soluções existentes na internet. Mas infelizmente, medidas simples e isoladas não funcionam como prometem. Para diminuir a dor da fibromialgia, o melhor é promover seu tratamento integral — isso sim faz diferença no alívio dos sintomas!
Neste artigo, vamos mostrar a melhor forma de lidar com essa síndrome. Continue a leitura e veja quais cuidados devem ser adotados!
Quais tratamentos são eficazes quando a dor aumenta?
Os tratamentos para dor da fibromialgia se baseiam em cuidados multidisciplinares. É a combinação de medicamentos (como analgésicos e anti-inflamatórios), com o acompanhamento emocional e psicológico (muitas vezes, associado a antidepressivos), a prática de atividades físicas e de terapias complementares não farmacológicas (como fisioterapia, acupuntura, entre outras) que traz alívio.
No entanto, essa abordagem precisa ser ajustada ao longo do tempo, conforme as necessidades individuais de cada paciente. Afinal, dependendo das atividades e dos fatores associados, os sintomas da fibromialgia podem piorar. Por exemplo:
- em situações que geram ansiedade e estresse emocional;
- em casos de depressão;
- por conta de alterações hormonais (TPM);
- na ocorrência de infecções;
- quando há mudanças no clima, com aumento do frio e/ou da umidade e
- em decorrência da diminuição das atividades físicas, entre outras situações.
Assim, tanto quando há um aumento gradativo dor ou quando ela se intensifica subitamente, é preciso ajustar o tratamento. Nesses casos, deve-se investigar as causas da piora e adotar novos cuidados.
Como aliviar a dor da fibromialgia?
A combinação de exercícios físicos cardiovasculares e terapia cognitivo comportamental (TCC) está entre as abordagens da fibromialgia com fortes evidências de eficácia. Entre eles, destacam-se os exercícios aeróbicos e técnicas de respiração diafragmática, mindfulness, entre outras.
Já treinos de força (musculação), acupuntura, hipnoterapia, biofeedback, balneoterapia (banhos térmicos) e estimulação transcraniana por corrente contínua demonstram evidências moderadas de eficácia. Ou seja, para alguns quadros podem ajudar bastante. Em outros, nem tanto.
As chamadas terapias de movimento meditativo (como ioga, pilates e tai chi chuan) também são benéficas. Isso porque, influenciam na melhora da qualidade do sono, bem como ajudam a diminuir a fadiga e os sintomas de depressão.
Em relação à alimentação, uma dieta saudável e equilibrada é sempre recomendada. Porém, não há um alimento que reduza, significativamente, os sintomas da fibromialgia.
O que se sabe é que a deficiência de nutrientes essenciais pode piorar o desempenho dos mecanismos inibitórios de dor. Pessoas com fibromialgia podem ser beneficiar do consumo de alimentos ricos em triptofano, aminoácido responsável pela síntese de serotonina (substância responsável pela sensação de bem-estar). São exemplos: banana, peixes, laticínios magros, chocolate amargo, mel, entre outros.
O que não serve para diminuir a dor da fibromialgia?
Embora não tenha cura nem tratamento específico, a maioria dos pacientes consegue reduzir os sintomas da fibromialgia por meio da adoção de um estilo de vida saudável. Fazer atividades físicas com regularidade e controlar o estresse é o melhor remédio.
O uso de anti-inflamatórios não esteroides, ultrassom e eletroterapia têm evidências fracas de eficácia para aliviar a dor da fibromialgia.
Por outro lado, não existem evidências científicas que verificaram a eficácia no alívio da dor da fibromialgia usando terapias com opioides, corticosteroides e injeções em trigger points, assim como exercícios de flexibilidade e quiropraxia. E, não custa reforçar, repouso não fará a dor diminuir!
Em relação às vitaminas, não existe uma vitamina específica para melhorar a fibromialgia. Porém, há evidências de que a Vitamina D, associada a um antidepressivo atípico (trazodona), pode melhorar a percepção da dor.
Quando procurar um médico especialista em dor?
Se o tratamento atual não estiver surtindo os resultados previstos pelo médico responsável, informe-o. Dessa forma, ele poderá tentar uma abordagem nova, que combine exercícios, terapêuticas complementares e outras medidas.
O que não convém é desistir. Se estiver se sentindo desassistido, procure ajuda em um especialista em dor.
A melhora dos sintomas só acontece com a integração de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos, bem como do comprometimento e envolvimento ativo do paciente ao longo do processo. Já a escolha da estratégia mais adequada depende do tempo e da severidade da doença, bem como de eventuais comorbidades associadas. Sendo assim, não desanime: ainda que o alívio completo raramente seja alcançado, diminuir a dor da fibromialgia é possível!
Gostou do artigo? Então, aproveite para seguir a Dra. Paula Benedetti no Facebook e no Instagram. Dessa forma, você poderá entender os benefícios que um especialista em dor pode promover para quem tem fibromialgia!