Entenda a relação entre as dores e as emoções

Entenda a relação entre as dores e as emoções

Publicado em 14/maio/20

Entre tantos planos feitos para 2020, quem poderia imaginar que estaríamos vivendo em isolamento social? Mas apesar da pandemia rolando lá fora, não é preciso se desesperar. Nesse momento, cabe a cada um cumprir as medidas preventivas, manter o foco e o otimismo. Isso porque, nem todos sabem, mas pânico gera dor! Portanto, é preciso ter em mente que sairemos dessa situação mais fortalecidos. Mas para isso, é preciso entender a relação entre as dores e as emoções.

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Neste artigo, explicaremos o que dor e saúde mental têm em comum. Continue a leitura e aprenda alguns cuidados que vão além de lavar as mãos, não tocar o rosto e evitar aglomerações, mas que também fazem a diferença!

Como o contexto do coronavírus afeta as dores?

Em situações atípicas, como a qual estamos atravessando, é comum sentir medo do que pode acontecer. Afinal, os cuidados com a prevenção do Covid-19 e o isolamento social, ao mesmo tempo que nos deixam mais seguros, podem elevar os níveis de ansiedade. Sem falar no estresse do confinamento, que cada família conhece bem!

Para evitar o esgotamento físico e psicológico, especialistas na área de saúde recomendam continuar com sua rotina normal, na medida do possível. Mas nada de criar regras rígidas: nesse momento, o que vier é lucro!

Sabe-se que o simples fato de toda a família estar restrita a poucos metros pode gerar atritos e implicar em uma série de limitações, ainda mais para quem tem filhos pequenos. Por isso, empatia, flexibilidade e jogo de cintura são imprescindíveis!

E como afeta os pacientes com dores crônicas?

O contexto atual é ainda mais intenso para quem se encaixa no grupo de risco para o novo coronavírus. Tanto o isolamento social quanto o receio de contrair a Covid-19 aumentam o estresse, a ansiedade e o medo desse público.

Sabe-se que muitos idosos e pacientes com diabetes, câncer, artrose, fibromialgia, entre outras doenças, convivem com alguma dor crônica. Mas por mais bem controladas que estejam pode haver uma piora nos sintomas, decorrente dessa situação.

O mesmo ocorre com quem tem depressão e distúrbios de ansiedade. Todas essas mudanças, atuais e que estão por vir, podem levar a recaídas em quadros já administrados, bem como a exacerbação dos sintomas naqueles que estavam em plena luta contra o problema.

Qual é a relação entre as dores e as emoções?

A relação entre as dores e as emoções é bastante conhecida. Tanto a dor como a ansiedade são mecanismos que nos alertam para um perigo, motivando-nos a fazer algo a respeito. O problema é quando o “alarme” dispara por qualquer coisa.

Descargas frequentes de cortisol (conhecido como o hormônio do estresse) afetam o sistema psico-neuro-imuno-endocrinológico, prejudicando o equilíbrio fisiológico e comportamental. Na prática, isso faz com que o doente crônico ansioso seja mais suscetível às dores que o paciente mentalmente equilibrado.

Como a perspectiva de contrair o coronavírus é um fator para o aumento da ansiedade, busque formas de se acalmar. Ao mesmo tempo, mantenha uma atitude positiva e se mexa: vale dançar com o cônjuge, pular com as crianças ou adaptar sua rotina de treinos ao lar.

A endorfina, liberada ao se movimentar, é um potente analgésico natural. Por isso, ajuda a amenizar as dores físicas, bem como a lidar melhor com as emoções.

Quais hábitos ajudam a lidar melhor com a dor?

Apesar do distanciamento social, tente manter sua rotina da maneira mais natural que conseguir. Adotar alguns hábitos também ajuda, direta ou indiretamente, a lidar melhor com a dor. Por exemplo:

  • pratique exercícios físicos em casa, aproveitando as lives dos personal trainers;
  • saia para caminhar, especialmente se tiver fibromialgia, mas sempre respeitando a distância mínima de outras pessoas e usando máscara;
  • medite ou ore, para alimentar o espírito e aumentar a fé em dias melhores;
  • experimente técnicas de relaxamento, como respiração profunda ou de atenção plena (mindfulness);
  • continue com as sessões de terapia, trocando o contato presencial pelo remoto;
  • aproveite o tempo livre para testar novas receitas e aprender coisas diferentes;
  • faça videoconferências, para manter contato com familiares e pessoas queridas;
  • acompanhe as notícias sobre a pandemia e a economia por um período limitado —depois, desligue-se!

Em tempos de confinamento, é preciso adotar mais cuidados do que as medidas de higiene diretamente ligadas à propagação do coronavírus. Para tanto, repense seu dia a dia e siga as orientações para manter as dores e as emoções sob controle. Tenha a certeza de que, quando tudo isso passar, sairemos melhores do que antes: com saúde, disposição e, por que não dizer, mais sabedoria!

Gostou do artigo? Esperamos que tenha sido útil! No entanto, caso sinta que precisa de ajuda especializada para lidar com tudo isso, não hesite em enviar sua dúvida pelo Instagram e Facebook!

Material escrito por: Dra. Paula Benedetti

Anestesiologista especialista em Dor. Formada em medicina pela Universidade Federal de Rio Grande (FURG). Realizou sua residência médica em anestesiologia na Fundação Universitária de Cardiologia (IcFUC) e no Centro de treinamento SANE/SBA, em Porto Alegre(RS). Seus estudos focados no tratamento da dor foram realizados com os cursos de pós-graduação em dor crônica, no Hospital Israelita Albert Einstein, e no Curso de Intervenção em Dor na Singular- Centro de controle da dor.

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