As limitações físicas e os impactos psicológicos impostos por algumas doenças comprometem a capacidade de lidar com as demandas do dia a dia. Nesses casos, o tratamento para dor crônica é a única forma de aliviar os sintomas e recuperar a qualidade de vida. No entanto, antes de aderir a um tratamento é importante considerar seus prós e contras.
Neste artigo, mostramos, brevemente, os benefícios e efeitos colaterais dos tratamentos para dor crônica. Conheça-os e veja por que vale a pena adotar os cuidados!
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Como é feito o diagnóstico da dor crônica?
O diagnóstico da dor crônica não é óbvio. Além do histórico clínico do paciente, os médicos consideram a localização da dor, se é difusa ou concentrada, sua periodicidade e intensidade (fraca, moderada ou forte).
Na hora de prescrever o tratamento, eles se baseiam na escala de mensuração de dor, da Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar de simples, ela é considerada o melhor parâmetro para avaliar a intensidade dos sintomas.
Para isso, perguntam qual nota o paciente daria para o que está sentindo, em uma escala de zero a 10. No caso, zero corresponde à ausência de dor e, 10, à pior dor imaginável.
Como é o tratamento para dor crônica?
Determinada a intensidade da dor, os médicos dão início à analgesia. Nesse momento, baseiam-se na chamada escada analgésica:
- primeiro degrau (dores fracas): analgésicos simples e, se preciso, anti-inflamatórios;
- segundo degrau (dores moderadas): opioides fracos associados a analgésicos ou anti-inflamatórios;
- terceiro degrau (dores mais fortes): opioides potentes, podendo, ou não, ser necessária a associação de analgésicos ou anti-inflamatórios;
- quarto degrau (dores intensas): procedimentos invasivos, como bloqueios nervosos.
Em pacientes com dores crônicas, a orientação é começar sempre pelo primeiro degrau. Somente quando o alívio não ocorre, têm início às medidas mais potentes.
Ao mesmo tempo, pode ser necessário combinar um tratamento adjuvante, com antidepressivos, antiepiléticos ou relaxantes musculares. Ou, ainda, recorrer às terapêuticas complementares (não farmacológicas), como acupuntura, terapia cognitiva, fisioterapia, etc.
Além disso, a adoção de hábitos saudáveis também é considerada parte fundamental do tratamento para dor crônica. Fora os benefícios de manter uma alimentação saudável e cuidar da saúde mental, é comprovado que fazer exercícios físicos regularmente induz à analgesia dos sintomas, por conta da ação do chamado sistema opioide endógeno.
Isso é particularmente importante em quadros de fibromialgia, pois não existe um tratamento medicamentoso eficaz para essa doença. A recomendação se limita às atividades físicas regulares e aos procedimentos intervencionistas, como tratamentos orientados por bloqueios.
Bloqueios em pontos-gatilho
Os bloqueios em pontos-gatilho (áreas de contratura muscular) são feitos por meio da aplicação de anestésicos tópicos (como a lidocaína). Os pontos-gatilho são responsáveis por desordens dolorosas em locais diferentes dos de origem. É o caso da síndrome miofascial, por exemplo.
Bloqueio de nervo periférico
O bloqueio de nervo periférico interrompe a ação do nervo que está causando a dor, geralmente, decorrente de um tratamento cirúrgico. É realizado, por exemplo, em pacientes com dor ortopédica, como epifisiólise do quadril. Nesse caso, o bloqueio é feito no nervo femoral bilateral.
Bloqueios na coluna
Para tratar dores nas costas, como em casos de hérnias de disco, espondiloartrose, osteófitos (bicos de papagaio), lombalgia, entre outras patologias da coluna, pode-se fazer o bloqueio peridural com corticosteroide (infiltração na coluna). O tratamento consiste na aplicação de um anestésico local e de um corticoide.
Bloqueio venoso simpático
O bloqueio de influxo de cálcio em terminais pré-sinápticos promove a melhora global da dor em pacientes com fibromialgia. Além disso, há a melhora do sono e das funcionalidades para realizar as atividades diárias.
Infiltração intra-articulares
Tratam-se de injeções medicamentosas anti-inflamatórias (como corticosteroides) em regiões intra-articulares. A infiltração intra-articular é usada, por exemplo, em casos de artrite reumatoide.
Quais são os profissionais envolvidos no tratamento para dor crônica?
O tratamento para dor crônica é multidisciplinar. Ele é conduzido pelo médico especialista em dor junto a outros profissionais, como fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos, terapeutas ocupacionais, entre outros.
O tempo de tratamento varia de acordo com o quadro do paciente. Via de regra, os parâmetros esperados para a suspensão das medicações são o alívio da dor em, pelo menos, 50%, e uma melhora considerável na qualidade de vida.
Quais são os efeitos colaterais dos tratamentos?
O uso contínuo de analgésicos, anti-inflamatórios e opioides pode provocar possíveis efeitos colaterais hepáticos, cardiovasculares, gastrointestinais e renais. Para amenizá-los, os especialistas prescrevem medicamentos adjuvantes, como antidepressivos, anticonvulsivantes, corticosteroides, entre outros.
No entanto, essas medicações também não são inofensivas. No caso dos antidepressivos, por exemplo, há o risco de surgirem outros efeitos, como sonolência e problemas cognitivos.
Mas apesar disso, a imensa maioria dos pacientes considera que os benefícios compensam. Afinal, suportar alguns efeitos colaterais relativos ao tratamento para dor crônica em troca da recuperação da qualidade de vida e da autonomia no dia a dia vale muito mais a pena do que viver com dor.
E então, o artigo foi útil? Se quiser mais detalhes sobre o tratamento para dor crônica em Blumenau, entre em contato pelo formulário online ou pelo WhatsApp do consultório da Dra. Paula Benedetti!