Pontos gatilho o que são e por que são importantes no tratamento da dor crônica

Pontos gatilho o que são e por que são importantes no tratamento da dor crônica

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Publicado em 08/out/20

Pontos-gatilho são pontos de contratura muscular extremamente sensíveis aos estímulos dolorosos. Essa dor pode ser sentida no próprio local ou irradiada para áreas adjacentes — o que faz de seu diagnóstico um desafio.

Neste artigo, mostramos como esses pontos atuam e o que os tornam tão importantes no tratamento da dor crônica. Aproveite a leitura e esclareça suas dúvidas!

O que são os chamados pontos-gatilho?

Pontos-gatilho são locais de encontro entre nervos e músculos ou nervos e tecidos conjuntivos, tidos como áreas de tensão. Esses pontos são extremamente sensíveis à pressão e podem ser agravados por diversos fatores.

Tamanha irritabilidade faz com que, quando estimulados, eles desencadeiem uma intensa neuralgia (dor associada ao nervo). O sintoma pode localizado ou gerar dor referida (sentida em um local diferente de onde foi sofrido o estímulo). Por exemplo: um ponto-gatilho no trapézio pode provocar dor referida na lateral do pescoço.

Como os pontos-gatilho são formados?

O aparecimento dos pontos-gatilho está ligado a sobrecargas, traumas, inflamações, infecções crônicas, disfunções endócrinas, deficiências nutricionais e até o estresse emocional. Entre as causas mais comuns, destacam-se:

  • lesões físicas, decorrentes de um acidente, por exemplo;
  • treinos inadequados, com movimentos incorretos, excesso de peso e falta de revezamento entre os grupos musculares;
  • sedentarismo por longos períodos, frequente entre pessoas engessadas ou acamadas;
  • má-postura quando se está sentado, trabalhando, devido a um mobiliário ergonomicamente inadequado, ou mesmo em pé;
  • desvios de marcha, devido ao uso de calçados apertados, mal ajustados ou inapropriados (desconfortáveis);
  • dormir em uma posição inadequada, como com um travesseiro muito alto;
  • estresse contínuo, o qual gera contrações musculares que podem desencadear os pontos-gatilho.

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Quais são os tipos de pontos-gatilho mais frequentes?

Os pontos-gatilho miofasciais, também chamados de miosites, fibrosites, nódulos fibrocísticos, trigger points, entre outras nomenclaturas, são bastante comuns. Tratam-se de nódulos palpáveis que geram dor referida (espontaneamente ou quando pressionados).

Também existem pontos-gatilho não miofasciais. Por exemplo: os pontos-gatilho tendíneos, ligamentares, cutâneos, cicatriciais, entre outros.

Em quais doenças os pontos-gatilho podem estar presentes?

Os pontos-gatilho podem estar presentes em diversas doenças e distúrbios. Por exemplo:

Como o tratamento para dor crônica lida com os pontos-gatilho?

O tratamento para dor crônica busca desativar pontos-gatilho, presentes em quadros intensos. Para isso, o médico especialista em dor recorre aos procedimentos intervencionistas, como tratamentos orientados por bloqueios.

Em distúrbios nos quais existem pontos-gatilho, pode-se fazer o bloqueio para aplicação de anestésicos tópicos. Essa aplicação se dá exatamente nas áreas de contratura muscular.

Além disso, em certos casos também é possível tratar a dor decorrente de pontos-gatilho com infiltrações. Um estudo mostrou que houve redução na dor de 100% dos pacientes com dor miofascial infiltrados.

Seja qual for a técnica adotada, após a liberação dos pontos-gatilho, o tratamento se torna multidisciplinar. Para combater a dor crônica, é preciso praticar atividades físicas regularmente — de preferência, com acompanhamento de um educador físico. Conforme a necessidade de cada paciente, também pode ser preciso fazer:

  • alongamento;
  • fisioterapia;
  • reeducação postural;
  • readequação alimentar;
  • terapia cognitiva; entre outras técnicas.

Para concluir, investigar a presença de pontos-gatilho é fundamental no tratamento da síndrome dolorosa miofascial e outras condições causadoras de dores crônicas. Mas como não se trata de um diagnóstico simples, a experiência e a formação do médico responsável fazem toda a diferença no sucesso do tratamento.

Esperamos que o artigo tenha sido esclarecedor. Se você mora em Blumenau ou Indaial, aproveite para agendar uma consulta para avaliação individual com a Dra. Paula Benedetti

Material escrito por: Dra. Paula Benedetti

Anestesiologista especialista em Dor. Formada em medicina pela Universidade Federal de Rio Grande (FURG). Realizou sua residência médica em anestesiologia na Fundação Universitária de Cardiologia (IcFUC) e no Centro de treinamento SANE/SBA, em Porto Alegre(RS). Seus estudos focados no tratamento da dor foram realizados com os cursos de pós-graduação em dor crônica, no Hospital Israelita Albert Einstein, e no Curso de Intervenção em Dor na Singular- Centro de controle da dor.

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