Pontos-gatilho são pontos de contratura muscular extremamente sensíveis aos estímulos dolorosos. Essa dor pode ser sentida no próprio local ou irradiada para áreas adjacentes — o que faz de seu diagnóstico um desafio.
Neste artigo, mostramos como esses pontos atuam e o que os tornam tão importantes no tratamento da dor crônica. Aproveite a leitura e esclareça suas dúvidas!
O que são os chamados pontos-gatilho?
Pontos-gatilho são locais de encontro entre nervos e músculos ou nervos e tecidos conjuntivos, tidos como áreas de tensão. Esses pontos são extremamente sensíveis à pressão e podem ser agravados por diversos fatores.
Tamanha irritabilidade faz com que, quando estimulados, eles desencadeiem uma intensa neuralgia (dor associada ao nervo). O sintoma pode localizado ou gerar dor referida (sentida em um local diferente de onde foi sofrido o estímulo). Por exemplo: um ponto-gatilho no trapézio pode provocar dor referida na lateral do pescoço.
Como os pontos-gatilho são formados?
O aparecimento dos pontos-gatilho está ligado a sobrecargas, traumas, inflamações, infecções crônicas, disfunções endócrinas, deficiências nutricionais e até o estresse emocional. Entre as causas mais comuns, destacam-se:
- lesões físicas, decorrentes de um acidente, por exemplo;
- treinos inadequados, com movimentos incorretos, excesso de peso e falta de revezamento entre os grupos musculares;
- sedentarismo por longos períodos, frequente entre pessoas engessadas ou acamadas;
- má-postura quando se está sentado, trabalhando, devido a um mobiliário ergonomicamente inadequado, ou mesmo em pé;
- desvios de marcha, devido ao uso de calçados apertados, mal ajustados ou inapropriados (desconfortáveis);
- dormir em uma posição inadequada, como com um travesseiro muito alto;
- estresse contínuo, o qual gera contrações musculares que podem desencadear os pontos-gatilho.
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Quais são os tipos de pontos-gatilho mais frequentes?
Os pontos-gatilho miofasciais, também chamados de miosites, fibrosites, nódulos fibrocísticos, trigger points, entre outras nomenclaturas, são bastante comuns. Tratam-se de nódulos palpáveis que geram dor referida (espontaneamente ou quando pressionados).
Também existem pontos-gatilho não miofasciais. Por exemplo: os pontos-gatilho tendíneos, ligamentares, cutâneos, cicatriciais, entre outros.
Em quais doenças os pontos-gatilho podem estar presentes?
Os pontos-gatilho podem estar presentes em diversas doenças e distúrbios. Por exemplo:
- na síndrome miofascial, um tipo de desordem dolorosa gerada por contratura e inflamação do músculo, a qual provoca dor espontânea em repouso e, quando o ponto-gatilho é estimulado, gera dor referida;
- na cefaleia do tipo tensional e migrânea (um tipo de cefaleia primária) relatada em pacientes com disfunção miofascial, distúrbios que acometem até 81,5% e 67,7% dos casos da síndrome tratados; respectivamente;
- na dor lombar, um problema que atinge um terço da humanidade e pode ser decorrente de síndrome dolorosa miofascial, entre outros fatores;
- na artrite e na artrose, sendo a primeira desencadeada por uma inflamação crônica que pode acometer pessoas de todas as idades e, a segunda, uma doença articular degenerativa mais comum em idosos;
- na fibromialgia, síndrome que provoca dores por todo o corpo, cuja origem pode ser devido à inflamação muscular, a problemas neurofisiológicos (quando há o aumento do cortisol e desequilíbrio do sistema autônomo), entre outras.
Como o tratamento para dor crônica lida com os pontos-gatilho?
O tratamento para dor crônica busca desativar pontos-gatilho, presentes em quadros intensos. Para isso, o médico especialista em dor recorre aos procedimentos intervencionistas, como tratamentos orientados por bloqueios.
Em distúrbios nos quais existem pontos-gatilho, pode-se fazer o bloqueio para aplicação de anestésicos tópicos. Essa aplicação se dá exatamente nas áreas de contratura muscular.
Além disso, em certos casos também é possível tratar a dor decorrente de pontos-gatilho com infiltrações. Um estudo mostrou que houve redução na dor de 100% dos pacientes com dor miofascial infiltrados.
Seja qual for a técnica adotada, após a liberação dos pontos-gatilho, o tratamento se torna multidisciplinar. Para combater a dor crônica, é preciso praticar atividades físicas regularmente — de preferência, com acompanhamento de um educador físico. Conforme a necessidade de cada paciente, também pode ser preciso fazer:
- alongamento;
- fisioterapia;
- reeducação postural;
- readequação alimentar;
- terapia cognitiva; entre outras técnicas.
Para concluir, investigar a presença de pontos-gatilho é fundamental no tratamento da síndrome dolorosa miofascial e outras condições causadoras de dores crônicas. Mas como não se trata de um diagnóstico simples, a experiência e a formação do médico responsável fazem toda a diferença no sucesso do tratamento.
Esperamos que o artigo tenha sido esclarecedor. Se você mora em Blumenau ou Indaial, aproveite para agendar uma consulta para avaliação individual com a Dra. Paula Benedetti